Relíquias budistas raras desaparecidas havia mais de 70 anos foram encontradas neste sábado no deserto de Gobi, no sul da Mongólia, por uma equipe de arqueólogos austríacos e mongóis.
Entre os artefatos encontrados estão estátuas, obras de arte, manuscritos e objetos pessoais de um importante mestre budista do século 19, Danzan Ravjaa.
O líder da expedição, o austríaco Michael Eisenriegler, disse à BBC que sua equipe já desenterrou duas caixas cheias com "os mais impressionantes objetos de arte budistas".
"(O tesouro) é de extraordinário valor para a cultura da Mongólia, porque o budismo foi quase extinto durante o regime comunista, especialmente na década de 30", disse Eisenriegler. "Estou completamente exausto neste momento, mas também completamente impressionado com o que vi."
Mosteiro
As relíquias encontradas pela equipe pertenciam ao Mosteiro de Khamaryn e haviam sido enterradas no deserto de Gobi nos anos 30 por um monge chamado Tudev.
Na época, durante o regime comunista, centenas de mosteiros foram saqueados e destruídos na Mongólia. O religioso decidiu enterrar o tesouro para escondê-lo dos exércitos da Mongólia e da União Soviética.
Somente Tudev sabia onde os 64 baús com as relíquias estavam escondidos. Antes de morrer, ele passou o segredo a seu neto, o historiador Zundoi Altangerel.
Na década de 90, Altangerel conseguiu desenterrar alguns dos baús com as relíquias e abriu um museu para exibí-las.
Segundo o historiador, como a segurança do museu era mínima, na época ele decidiu deixar o restante do tesouro enterrado no deserto.
Eisenriegler ficou sabendo da história e convenceu Altangerel a participar de uma busca pelo resto do tesouro. Segundo o austríaco, 20 dos 64 baús enterrados por Tudev permanecem escondidos no deserto.
As peças encontradas neste sábado também serão expostas no museu, que fica na cidade de Sainshand, no sul da Mongólia.
Fonte: www.bbcbrasil.com